sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mini Countryman S ALL4

Mini Countryman S ALL4

O Countryman é um SUV em miniatura, mas é grande se comparado aos irmãos


A família Mini cresceu em número e dimensões. O novo Mini Countryman, que começou a ser vendido este mês, é o quarto integrante da linha e também o maior deles. Ele é o primeiro Mini com mais de 4 metros de comprimento. Mede 410 cm, enquanto o Mini Cooper tem 363 cm. E não é só no tamanho que ele se diferencia. O Countryman também é o primeiro Mini com quatro portas, mais uma ampla tampa traseira. Quem está acostumado às portas (largas e horizontais) do Mini Cooper estranha o acesso à cabine do Countryman, com suas portas estreitas e altas. A soleira elevada também é novidade. O vão em relação ao solo é de 15 cm. O porta-malas tem capacidade de 350 litros, que pode chegar a 1 170 litros, com o rebatimento dos bancos.

Se por fora o Mini não é pequeno, por dentro ele surpreende. A largura da cabine é de 138 cm, enquanto no Cooper é de 129 cm. O Countryman é mais amplo internamente que um Ford EcoSport, com 135 cm de largura. Para quem viaja atrás, há espaço generoso para três ocupantes e o banco tripartido, na proporção de 40/20/40, proporciona flexibilidade na hora de combinar passageiros e bagagem.

Com tantas particularidades, os mais puristas podem se perguntar se esse modelo seria mesmo um legítimo Mini. Afinal, na origem, o Mini idealizado pelo inglês Alec Issigonis, nos anos 1950, era um carrinho compacto. Na segunda geração, lançada em 2001, ele já havia crescido. Mas, se a Porsche pode ter o seu Cayenne, a Mini também pode fazer um SUV. Literalmente guardadas as proporções, o Countryman é o SUV da Mini. Ele tem tudo de SUV, a começar pelo visual parrudo, com os faróis esbugalhados e expressão de poucos amigos. O capô e os para-lamas ganharam volume de músculos trabalhados e a suspensão foi ligeiramente levantada.

No entanto, a posição de dirigir do Mini Cooper foi mantida. Apesar de viajar em uma postura mais elevada, o motorista tem a mesma visão do capô horizontal à frente e se relaciona com o painel do mesmo jeito. Diante do motorista estão as mesmas boas soluções (como no caso do conta-giros fixado na coluna à frente do volante) e ruins (como a do velocímetro de difícil leitura, no centro do painel). A ergonomia faz concessões ao visual. Os botões do sistema de som, por exemplo, ficam dispersos pelo console, contrariando a lógica. Mas, uma vez familiarizado, o motorista se acostuma. Ao volante do Countryman eu não estranhei tanto essa disposição de controles como da primeira vez que entrei em um Cooper. Mas deixo registrada uma queixa: a alavanca de câmbio, além do formato pouco anatômico, encosta no descansa-braço central, quando puxada. O acabamento do painel é de plástico duro. Apesar disso, seu aspecto é de qualidade.

208 km/h de máxima No que diz respeito ao comportamento, o Countryman apresenta personalidade própria. Sua suspensão (McPherson na frente e multilink atrás) é firme e a direção, com assistência elétrica, é direta, demonstrando compromisso com a esportividade. Na pista de testes, o Countryman se revelou um carro rápido, acelerando de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos e chegando a 177,7 km/h, ao fim do primeiro quilômetro. A velocidade máxima divulgada pela fábrica é de 208 km/h. Outra boa surpresa foi o consumo, com as médias de 9,5 km/l de gasolina na cidade e 13,2 km/l na estrada. Não foi possível experimentar suas reações em diferentes tipos de piso, uma vez que a unidade emprestada pela revenda Caltabiano, de São Paulo, não estava emplacada e só podia rodar no Campo de Provas.

Por baixo da carroceria, pode-se dizer que existe um BMW em miniatura. A marca bávara, que é dona da Mini, não economizou recursos durante o desenvolvimento do caçula, a começar pelo motor. O Countryman inaugura o novo motor da linha, desenvolvido inteiramente pela BMW, com toda a tecnologia que a fábrica alemã aplica em seus modelos maiores. O Mini, que já teve motores Tritec (BMW/Chrysler) e Peugeot, agora chega com um BMW com injeção direta de combustível, gerenciamento de válvulas Valvetronic (variável no tempo e na amplitude das aberturas) e de um novo sistema de turbocompressor, no caso da versão esportiva S.

Tração sob demanda No Brasil, o Mini Countryman é apresentado em duas versões, Pepper e S, com preços que variam de 107 700 reais a 144 700 reais. O motor é o mesmo, com a diferença de que a S tem o turbocompressor, que eleva a potência de 122 para 184 cv. A transmissão é a tradicional automática sequencial de seis marchas. O sistema Steptronic permite as trocas no modo manual, por meio da alavanca ou de comandos no volante. Assim como nos modelos da BMW, há duas teclas, dos dois lados do volante, com as mesmas funções: para avançar, o motorista usa o indicador; para reduzir, o polegar, de qualquer uma das mãos.

A unidade mostrada aqui é a S mais completa, que vem com sistema de tração nas quatro rodas ALL4. Esse sistema trabalha sob demanda, graças a um diferencial eletro-hidráulico que monitora as condições de aderência e distribui a força de acordo com a necessidade de tração. Segundo a fábrica, em condições normais de uso, a transferência ocorre em proporções iguais para os dois eixos. Contudo, em casos extremos, o sistema pode direcionar 100% da tração para o eixo traseiro.

Para complementar a lista de recursos dinâmicos, há freios ABS, com EBD e sistema auxiliar de frenagem em curvas CBC, mais o controle dinâmico de estabilidade DSC. Entre os itens de conforto, o Countryman S ALL4 conta com ar-condicionado dual-zone, airbags, bancos de couro e sistema de som Harman Kardon, entre outros itens.

Pelo bom comportamento apresentado e pelas habilidades demonstradas, a família Mini pode se orgulhar de seu mais novo rebento.

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