sábado, 19 de fevereiro de 2011

Agile LTZ 1.4 X Meriva Maxx 1.4

Agile LTZ 1.4 X Meriva Maxx 1.4
Espaço interno generoso versus dimensões externas compactas. Nascidos e criados sob o teto da Chevrolet do Brasil, Agile e Meriva fazem a mesma promessa ao consumidor: a de oferecer muito espaço para pessoas e suas respectivas bagagens. O hatch recém-lançado aposta na carroceria hatch. A minivan veterana se vale do corpinho compacto. Nos números divulgados pela fábrica, há um empate técnico entre Agile e Meriva, tanto em comprimento de carroceria quanto em espaço na cabine para cabeça, ombros e pernas. Mas comparativos vão muito além do simples confronto de medidas de manequim e medições na pista. Veja, a seguir, o que cada um tem para oferecer na tentativa de conquistar sua garagem. E seu bolso.


2º MERIVA MAXX 1.4

Dirigir uma Meriva é melhor que dirigir um Agile. Ponto. Pedais, banco e volante estão mais alinhados que no Agile e isso propicia ao motorista da minivan uma posição mais cômoda – mas só o hatch oferece coluna de direção com ajuste de altura. A Meriva tem os mesmos pneus do Agile, 185/60 R15, mas não parece: a suspensão macia é também mais silenciosa, passando apenas um som abafado ao rodar sobre asfalto esburacado. O que fez a minivan estacionar na segunda colocação? O preço. Nesta versão Maxx, de 47 326 reais, os principais equipamentos (ar, direção e trio elétrico) são de série. Mas o problema está justamente no fato de entregar apenas “o principal”.

O Agile LTZ, de 40 020 reais, tem um pacote surpreendente, com piloto automático, computador de bordo, faróis de neblina e, de novo, coluna de direção ajustável em altura. Ainda que se somem os 3138 reais do seu único pacote de equipamentos (com ABS, airbag duplo, vidros elétricos nas portas traseiras e lanterna de neblina), o Agile é mais barato que a Meriva. Aliás, há algo estranho em seu catálogo de equipamentos. Quem quiser uma Meriva 1.4 com ABS e airbag terá de optar pela versão mais simples, a Joy.

No acabamento, a Meriva também é superior. Nas portas, há uma porção maior de tecido, diferentemente do hatch, que mostra apenas um pequeno inserto, só para dizer que tem. Até ao abrir o capô – e em tempos de flex com tanquinho de partida a frio no cofre isso é comum – se nota a maior qualidade da minivan. A alavanca de abertura interna não tem rebarbas cortantes e uma vez acionada faz saltar uma lingueta plástica por entre a grade, facilitando a abertura. No Agile, a moldura próxima ao gatilho interno machuca a pele e a tampa é liberada após o deslocamento de uma trava de metal de difícil localização e sem proteção térmica. Olhares atentos também notarão que só a Meriva tem a tampa de acesso ao bocal do tanque protegida por borracha, assim como no próprio “colarinho” do bocal. No Agile, é tudo “na lata”. Cuidar de detalhes como esses pode custar mais à fábrica que adicionar certos equipamentos.

1º AGILE LTZ 1.4

No comparativo de novembro de 2009, o Agile derrotou Fox e Sandero. Agora o modelo bate também a Meriva. O hatch cujas linhas desagradaram no início, aos poucos, vai mostrando a que veio. Consultamos cinco concessionárias e delas ouvimos o mesmo discurso: “Espera de uns 20 dias e preço cheio, sem desconto”. Tem muita gente atrás de um Agile.

Esse hatch não tem o bom acabamento e a dirigibilidade da Meriva. Sua desvantagem nesse ponto é algo mais sensível que perceptível aos olhos. E é aí que ele vira a mesa: o que o Agile tem é explícito, e seu dono vê e usa o que ele oferece. O rádio tem até Bluetooth para o motorista manter a atenção no trânsito ao falar no celular. Viagem com a família? Além de bom espaço para pessoas e bagagem, você poderá exibir o piloto automático na estrada, discorrer sobre o consumo indicado no computador de bordo ou mesmo encostar num posto para trocar a lâmpada do pisca que deixou de funcionar, depois que o check control lhe avisou. À noite, quando os faróis já tiverem acendido automaticamente, o exibicionismo continuará: com um toque de botão, metade do painel se apaga, deixando iluminado apenas o velocímetro. Tudo isso num carro que nasceu para ser barato.

Quanto ao desenho, ainda que as críticas sejam pesadas – sobretudo com relação à dianteira abrutalhada –, o Agile tem o charme da novidade, algo que a Meriva perdeu faz tempo. Ambos são movidos pelo mesmo motor 1.4. Porém, calibrações distintas resultam em números de potência sutilmente diferentes: 102/97 cv no Agile e 105/99 na Meriva, ambos a 6 000 rpm. O torque também muda: 13,5/13,2 mkgf a 3 200 rpm no Agile e 13,4/13,2 mkgf a 2 800 na Meriva. Pesando 221 kg a menos que a minivan, o hatch se mostrou mais esperto na pista (veja ficha comparativa na pág. 70). Para tanto, o Agile é adepto de uma dieta radical: no cofre do motor, não há material de isolamento termoacústico, da mesma forma que o abafador traseiro do escapamento não conta com defletor de calor. Detalhes desse tipo, só a veterana Meriva tem.

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